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Descubra como um intercâmbio na Finlândia pode transformar a vida de um estudante

  • Anderson Peters
  • 27 de nov. de 2016
  • 4 min de leitura

Intercambista Gustavo Lauxen Spohr revela detalhes de sua busca por conhecimento no país escandinavo

Adquirir conhecimento e ainda de praxe conhecer novos lugares e culturas mexem com sua cabeça? Você é daqueles que sempre sonhou em estudar fora do Brasil, mas tem medo do que vai encontrar lá? Não se preocupe. Você não está sozinho. A contribuição do intercâmbio como fonte de enriquecimento na formação acadêmica e profissional tem levado muitos brasileiros a se aventurarem em estudos mundo a fora. E um dos destinos mais procurados, atualmente, tem sido a Finlândia. O país escandinavo é considerado um dos melhores do mundo em qualidade de ensino pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). Atualmente, ocupa a 6ª colocação em um ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que o Brasil é o 60o. E essa qualidade também é observada no ensino superior: a Universidade de Helsinque, na capital finlandesa, por exemplo, está entre as cem melhores do mundo, de acordo com a consultoria britânica QS.

Guga durante arrecadação de dinheiro pela Cruz  V. para desabrigados Siria e Ucrânia

Um dos brasileiros que deixou tudo temporariamente por aqui e foi buscar conhecimento na cidade finlandesa de Valkeakoski, é o novo hamburguense Gustavo Lauxen Spohr, 23, o Guga. Morador de Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul, ele é estudante de Administração de Empresas na Universidade Feevale de Novo Hamburgo, instituição pela qual já havia se formado em Comércio Exterior, em 2013. O jovem está realizando intercâmbio desde agosto deste ano na Häme University of Applied Sciences (HAMK), onde cursa International Business.

Distante cerca de 180 km da capital da Finlândia, a cidade de Valkeakoski, onde se localiza a HAMK, tem 20 mil habitantes. Para ajudar na recepção dos intercambistas, a universidade disponibiliza tutores. Mas chegando lá, Guga teve sorte de ter conhecido Aleksei, um estudante russo que já havia passado 6 meses no Brasil, em intercâmbio na Feevale. Isso contribuiu para sua adaptação no país nórdico.

Do local onde Gustavo mora atualmente até a HAMK são 10 minutos a pé. Quando não está na universidade, ele faz trabalhos voluntários na Cruz Vermelha local e também ajuda a socializar refugiados. “É bacana demais! Jogamos futebol, conversamos, às vezes até vamos juntos à academia”, salienta. Nas horas vagas, em Valkeakoski, o brasileiro costuma também pedalar pelas vastas ciclovias da cidade, com uma bicicleta que comprou usada por 30 euros. Para se manter por lá são necessários cerca de 500 euros por mês. No entanto, comer fora costuma ser bem mais caro que no Brasil, cerca de 20 a 25 euros por refeição. Por isso, saber preparar a sua própria comida pode ser um trunfo para economizar financeiramente durante o intercâmbio.

Registro antes de uma partida de futebol com os refugiados em Valkeakoski

É comum que surjam oportunidades de experiências profissionais na Finlândia. No entanto, é preciso superar a barreira do idioma finlandês. Essa tem sido a maior dificuldade relatada pelos intercambistas brasileiros que passaram por lá: aprender a língua oficial, uma das mais difíceis do mundo. E com o Guga não foi diferente. Como ele reside em uma cidade pequena e fora da universidade, poucas pessoas falam inglês, o que o levou a iniciar um curso de finlandês logo quando chegou.

No entanto, nenhum desafio ou dificuldade costuma apagar a importância desse tipo de experiência para o enriquecimento pessoal e profissional de um estudante. De acordo com Guga, o fato de conhecer e interagir com culturas diferentes das existentes no Brasil, leva os intercambistas a aprender que é preciso respeitar a pluralidade e evoluir como cidadão.

Além do crescimento pessoal, a formação acadêmica de um estudante brasileiro na Finlândia evolui com as diferenças no modelo educacional, no idioma e nas maneiras de avaliação das universidades finlandesas. De olho nisso, muitas empresas no Brasil já tem o intercâmbio como pré-requisito em suas vagas de estágio e trainee. “Esse tipo de experiência tem enriquecido currículos e acaba abrindo portas até em empresas multiculturais e de renome internacional como o Google, por exemplo”, defende o Guga.

A decisão de realizar o intercâmbio e o apoio da família

Planejar bem a viagem de intercâmbio é tão importante quanto a hora do embarque. Mas antes do planejamento, tem o que pode ser o mais demorado: a tomada de decisão. Segundo Gustavo, a decisão de realizar um intercâmbio na Finlândia surgiu quando ainda cursava Comércio Exterior. “Eu já havia pensado sobre isso em 2012, mas na época tive oportunidades profissionais muito importantes para o meu desenvolvimento, que falaram mais alto. No entanto esse ano decidi que se não fosse agora, não seria nunca mais”, revela.

O apoio dos pais e da namorada foi fundamental desde o início, quando Guga ainda estava amadurecendo a ideia do intercâmbio. Ele conta que a distância da família é algo que mexe com o emocional, mas que é possível driblar a saudade de todos aqui no Brasil através de alguns aplicativos, como o FaceTime e o Skype, que permitem chamadas por vídeo.

O que esperar do futuro

Questionado de como a sua experiência adquirida na Finlândia poderia influenciar na conquista de um bom emprego no Brasil, Guga revelou que tem certeza de que seu intercâmbio pode render bons trabalhos. “Já me candidatei para algumas vagas bacanas aqui só para medir se o intercâmbio faria diferença e fui selecionado para muitas delas. Estou bem feliz com o resultado”, finaliza.

O seu retorno ao Brasil está previsto para fevereiro de 2017.

Futuramente, o novo hamburguense pretende investir em uma pesquisa acadêmica e construir o seu Trabalho de Conclusão de Curso, com previsão de formatura para o final do próximo ano. Almejando voos mais altos, pensa em desenvolver o seu mestrado na França. E assim, a sua vida vai se remodelando, como acontece com centenas de outros intercambistas brasileiros na Finlândia, que saem do Brasil em busca dos mais diversos conhecimentos.

Veja mais fotos do estudante brasileiro Gustavo, registradas em seu intercâmbio na Finlândia:

Confira abaixo, um depoimento do Guga, exclusivo para o Inspire-se:

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