A força das vaquinhas virtuais
- Tatiane Flach
- 24 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
Campanhas solidárias sempre existiram. Rifas, bingos, ou até almoços e jantares são criados em benefício de alguma causa. Com a internet, a vaquinha online (crowdfunding) tem se tornado cada vez mais popular no Brasil. Vários tipos de ações são criadas todos os dias, em busca de ajuda financeira. Na maioria dos casos, o auxílio é para tratar ou combater algum problema de saúde.
Através de plataformas de financiamento coletivo, como o Vakinha, por exemplo, estas pessoas podem alcançar o valor necessário mobilizando outras fora da sua rede de contatos. Um exemplo de vaquinha online que deu certo é o de Laís Poersch, a Lali. Ela está entre as cinco campanhas solidárias que mais se destacaram nestas plataformas coletivas do Brasil neste ano.
A história de Lali

Aos 24 anos e prestes a cursar o último semestre de medicina veterinária na UFRGS, Laís foi diagnosticada com um tumor raro que agredia a primeira porção do seu intestino. O fato ocorreu no primeiro semestre de 2015, como o câncer já estava no grau quatro (de quatro níveis), foi indicado pelos médicos a realização de uma cirurgia com um custo de R$ 150 mil. O procedimento não é registrado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e não era oferecido pelo seu plano de saúde, nem pelo SUS.
Como sua família não tinha o dinheiro para o tratamento, Lali passou a buscar outras formas para juntar a quantia. A jovem se informou sobre o site do Vakinha, analisou campanhas parecidas e decidiu iniciar a sua, com o nome “Cura da Lali”.
Através do engajamento de milhares de pessoas solidárias, foi arrecadado R$ 130 mil. Foram 1.829 doações de diferentes cidades e estados do país. O restante do valor foi conseguido através de eventos promovidos pela família e amigos.
O procedimento ocorreu no dia 6 de julho, no Hospital Santa Casa, em Porto Alegre. Pela complexidade, a jovem precisou ficar algum tempo na Unidade de Tratamento Intensivo - UTI. A alta, que estava prevista para 30 ou 40 dias depois da intervenção, foi dada com menos de três semanas de recuperação.

“Bom, o médico diz que, hoje, eu estou livre da doença. Todas as lesões visíveis foram retiradas. Foi tirado peritônio, vesícula biliar, apêndice, ovários, útero, uma parte da bexiga, um pedaço do intestino delgado e um do intestino grosso. E foi feita a Quimioterapia Intraperitoneal para matar as células microscópicas”, explicou Laís em sua página no Facebook. “Mas vou ter que seguir com exames de sangue e de imagem periodicamente, para ver se não há recidiva. O médico está espantado com a recuperação, mas são 5 anos para ter alta clínica”, comenta.
Apesar do estágio em que seu tumor se encontrava, Laís conseguiu continuar os estudos e se formar no final de 2015. Agora, quatro meses após a cirurgia, ela começou a trabalhar em uma clínica veterinária em Porto Alegre.


Confira as vaquinhas que mais arrecadaram em 2016

Comments